A avaliação, em termos de Curadoria Digital, coloca-se a vários níveis. Por um lado, e desde logo, na seleção dos recursos a disponibilizar, depois na forma e alcance (repercussão) na comunidade dos recursos disponibilizados e, por fim, no(s) meio(s) utilizado(s) [canais] para a sua disseminação.
O Biblio Tubers tem-se debruçado sobre a questão da IDENTIDADE DIGITAL enquanto ponto de partida e de chegada para aquilo que é, atualmente, cada indivíduo e cada instituição, na relação que estabelece com a comunidade em que se integra e a que dá corpo.
A Identidade Digital alavanca a mudança, pois ajuda a mudar o foco da biblioteca tradicional, ainda preocupada com a coleção física, para aquela que é a biblioteca desejável, a que conhece a sua comunidade e responde às suas necessidades.
Face à emergência do digital e ao papel que as bibliotecas escolares devem assumir num novo paradigma educativo que caminha para um modelo de ensino híbrido (presencial e digital), urge retomar o conceito de Identidade Digital.
A Identidade digital é constituída por um conjunto de canais (plataformas digitais) que uma biblioteca gere e atualiza com uma determinada regularidade para, de forma interessada e organizada, partilhar uma multiplicidade de informação, conteúdos, recursos e serviços - online e/ ou offline - nas comunidades que serve, nomeadamente professores e alunos, com o fim último de melhorar o ensino e a aprendizagem, em todas as suas vertentes.
[Canais digitais => Partilha => Comunidade escolar => Ensino e aprendizagem]
O conceito de Identidade Digital é fundamental porque:
diz às bibliotecas onde estão,
indica-lhes para onde devem caminhar,
permite-lhes saber, a cada momento, onde se situam,
ajuda-as a diminuir o gap entre bibliotecas,
permite que seja a própria biblioteca a situar-se em relação às outras, numa relação horizontal,
muda o foco da biblioteca, ainda preocupada com a coleção física, para aquela que é a biblioteca desejável, a que conhece a sua comunidade e responde às suas necessidades.
A responsabilidade do desenho da Identidade Digital da biblioteca é do professor bibliotecário e da respetiva equipa, após a auscultação dos diferentes órgãos de gestão intermédios e a aprovação em conselho pedagógico.
Blogue, página web, página no Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, Youtube, Linkedin, Slideshare, Anchor, (Chat, E-mail, formulários...)
Cada uma destas plataformas constitui-se como o veículo para disponibilizar conteúdos e recursos variados (divulgação e acesso à biblioteca digital, por exemplo), em multiformatos, bem como uma série de serviços que respondam às necessidades da comunidade, de forma regular, e que projetem a biblioteca para fora do seu espaço tradicional e físico.
As plataformas utilizadas devem alimentar-se umas às outras, de forma estruturada, para chegar a um público mais amplo. A melhor forma de o fazer é criar um repositório (por exemplo na Box ou na Dropbox), onde se alojam conteúdos e recursos que, depois de devidamente organizados, são disponibilizados num blogue ou numa página web.
Por isso, quando se disponibilizam recursos, estes devem ser originais, ou, caso se repliquem, é fundamental acrescentar-lhes valor. Veja a este propósito o artigo Curadoria Digital | Uma competência do professor de hoje.
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Num mundo cada vez mais digital, é na rede e com a rede que aprendemos ao longo da vida. Nesse sentido, a comunidade a que pertencemos é tão mais forte quão mais significativo for o contributo de cada um.
Todas as áreas do saber estão em constante evolução, pelo que qualquer profissional ou instituição, para se manter atualizado(a), deve rentabilizar a sua rede de partilha, isto é tirar partido daquilo que é criado na sua comunidade.
“O fim último de alcançar cada comunidade não pode ser esquecido, pois só assim se promoverá o acesso ao conhecimento e se tirará partido da rede de relações que são constituídas e estabelecidas socialmente em cada contexto - educativo, cultural, profissional ou até de lazer. A interação entre os atores sociais favorece dinâmicas de construção, partilha e difusão de informação e conhecimento.” In https://bibliotubers.com/o-impacto-das-redes-na-disseminacao-da-8772
Ao Implementar a Identidade Digital da sua biblioteca, a equipa deve definir os critérios de avaliação, tendo como horizonte uma meta que responda à perspetiva de evolução da biblioteca na comunidade em que se insere.
Poderão ser utilizados indicadores como:
Número de acessos em cada um dos canais,
Números de acesso aos múltiplos conteúdos e recursos,
Número de interações de alunos e professores,
Grau de participação/ envolvimento da comunidade educativa no desenho, na disponibilização e na utilização dos recursos e serviços.
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A título de exemplo, veja-se o artigo intitulado “O impacto das redes na disseminação da informação: O caso português da Rede de Bibliotecas Escolares”, apresentado no 21st International Symposium on Computers in Education (SIIE) em novembro de 2019.
O artigo está disponível aqui: https://bit.ly/2WHIyoK
Caso queira ler mais sobre este assunto, consulte os artigos listados abaixo:
Afinal de que se fala quando se fala de identidade digital? | O conceito aplicado a nível individual e institucional.
As Bibliotecas Escolares na encruzilhada... | ...do analógico ao digital
Educação, Hoje | Perspetivas globais sobre a educação - OCDE
O ADN de uma Biblioteca | Identidade digital... procura-se!
O impacto das redes na disseminação da informação | O caso da Rede de Bibliotecas Escolares
Pegada Digital | Os algoritmos e a importância dos dados
Sugestões de análise dos aspetos fundamentais para otimizar a presença online de uma instituição.
Virado para o marketing digital... mas facilmente se percebe a analogia com a educação.